Revitalização Ed. Central Park
CONCEITUAÇÃO
A proposta visa manter, na medida do possível, as características originais do desenho do edifício Central Park, e talvez remeter aos pensamentos originais do projeto, dando o caráter necessário e a dignidade e segurança que o edifício exige.
PROPOSTAS PARA O TÉRREO - EMBASAMENTO
A proposta apresentada regulariza a questão de uso dos espaços, principalmente naquilo que se refere à legislação urbana.
O ponto importante foi a caracterização dos dois acessos principais, Leste e Oeste, os quais serão marcados de forma as pessoas terem a percepção destas funções. Na fachada Leste, através da grande marquise metálica que convida as pessoas ao acesso, e na fachada Oeste pelo grande pórtico que também convida ao acesso integrando o espaço externo ao interno.
A circulação interna neste pavimento será fluida, sem obstáculos, permitindo aos usuários dos espaços circularem através dele sem restrições ou bloqueios, podendo os mesmos deslocarem-se facilmente ao comércio ali instalado, assim como ao hall de acesso a torre.
A torre é o grande elemento vertical do conjunto arquitetônico, que apesar de sua importância se encontra sem visibilidade para quem acessa o conjunto arquitetônico. No entanto, a exploração deste visual é importante, valorizando assim a arquitetura do conjunto. Para tal, foi proposta a retirada da atual estrutura espacial que cobre totalmente a praça de acesso. Em seu lugar foram desenhadas marquises em aço e vidro de forma a protegerem das intempéries os acessos às lojas, assim como possibilitar o deslocamento interno dos usuários do conjunto de forma protegida principalmente em períodos de chuva. Esta é uma forma de caracterizar melhor o espaço interno e atender ao público, enfatizando as possibilidades de se viver harmonicamente com a luz natural, com as chuvas, enfim, como se estivéssemos numa pequena praça de uma cidade.
Já o acesso Oeste, através de seu pórtico, permite que as pessoas se desloquem naturalmente, seja pela galeria Sul ou Norte, penetrando no conjunto, inclusive aqueles que se dirigem à torre. Especificamente o acesso para a torre eliminou aquele acesso estrangulado existente através do hall da escada de serviço e deu a importância necessária em uma única entrada controlada. Estas áreas externas das laterais da torre serão tratadas por um pergolado formado por vigas em aço, coberto parcialmente por placas de vidro, criando assim a mesma atmosfera da praça, onde as pessoas têm o contato direto com o exterior.
A caracterização e melhora operacional do espaço do hall de acesso à torre foi outra proposta importante dentro do conjunto de intervenções. Para que isso ocorra, primeiramente as lojas do lado Norte que hoje tem a ligação através do corredor interno, devem ter seus acessos virados para a galeria Norte, assim como ocorre no lado Sul da torre. Estas lojas poderão ter a integração visual com este hall do edifício, no entanto, não será permitido o acesso de pessoas. Desta forma foi possível redesenhar o hall de forma a melhorar consideravelmente o controle de acesso assim como os espaços internos, tornando-os mais confortáveis e seguros aos usuários e condôminos.
Neste pavimento poderemos dizer, de forma sintetizada, que as intervenções propostas são as seguintes:
1. Retirada de todos os elementos construtivos que foram se incorporando aleatoriamente a edificação, de forma a dar a dignidade ao conjunto edificado, tais como: coberturas, puxadinhos, caixas de ar condicionado, dutos de exaustão, etc;
2. Criação da praça com características urbanas no acesso da fachada Leste;
3. Criação do pórtico de acesso lado Oeste, possibilitando a integração exterior/interior;
4. Relocação do depósito dos cilindros de gás mais próximo ao acesso externo;
5. Valorização, e redesenho do acesso à torre;
6. Revestimento das paredes principais em placas de granito apicoado, ventilando a parede dando o caráter necessário ao grande espaço de recepção do conjunto arquitetônico;
PROPOSTA PARA AS FACHADAS DA TORRE
O ponto crítico das propostas deste projeto é a torre, que hoje se encontra totalmente poluída e descaracterizada com a implantação inadequada dos equipamentos de ar condicionado entre outros. Estes aparelhos estão em sua maioria apoiado nas estruturas das esquadrias, fato este que o torna as fachadas vulneráveis no que concerne a questões de segurança. Associado a este aspecto, o que é visível e notório é a questão dos revestimentos cerâmicos que se encontram soltos e proporcionando a falta de segurança principalmente no entorno da torre no pavimento térreo.
Para a torre foi proposta duas alternativas de projeto, de forma a atender as necessidades atuais e a legislação vigente.
A proposta denominada Alternativa 1, propõe a continuidade do sistema individual para a instalação dos equipamentos de ar condicionado, sempre compostos pelas unidades externas e internas. Para solucionar esta proposta foram criadas estruturas auxiliares nas fachadas, fixadas na estrutura do edifício e nunca nas esquadrias, as quais servirão de apoio às máquinas. Estes elementos farão parte da composição da fachada, a qual sofrerá alterações em relação ao desenho original, como por exemplo, as esquadrias internas serão seladas no espaço do peitoril.
A proposta denominada Alternativa 2, propõe um sistema coletivo, mas com medição individual de consumo. O mesmo será instalado junto à torre de circulação de serviço com acesso pelos seus patamares. Esta alternativa ainda merece uma avaliação mais profunda por parte do corpo de bombeiros.
Quanto aos revestimentos das fachadas da torre, de forma preliminar, foram escolhidos 5 possibilidades ou sistemas:
1. Revestimento com cerâmica fixada diretamente sobre a parede através de argamassa colante;
2. Revestimento em fulget, aplicado diretamente sobre o emboço;
3. Revestimento em placas de cerâmica ventilada;
4. Revestimento em placas de granito apicoado através de inserts metálicos;
5. Revestimento em placas de alumínio composto - ACM;
Local: Brasília - DF
Cliente: Condomínio Central Park
Data do projeto: 2012
Área do projeto 10.169,5m²
Equipe: Sérgio Roberto Parada Arquitetos Associados - Sérgio Parada, Rodrigo Biavati, Kyle Bussinguer (autores), Felipe Miranda (colaborador)
Projeto desenvolvido em coautoria com Estúdio MRGB
Imagens: Estúdio MRGB
Cliente: Condomínio Central Park
Tipologia: Comercial
Construção: 10.169,5m²
Brasília/DF - 2012